Sintomas da alergia à proteína do leite de vaca
A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é uma das alergias alimentares mais comuns em crianças com menos de 2 anos de idade. Afeta...
No nosso corpo existem bilhões de bactérias que vivem em diferentes tecidos, como a pele, o intestino ou as mucosas. Estes microrganismos são únicos de cada pessoa e variam ao longo da vida, consoante o tipo de parto, a alimentação, os fatores ambientais, o estilo de vida e outros fatores. A maioria deles vive no nosso instinto e é de importância vital para a nossa saúde. Nesta publicação, dizemos-lhe o que é a microbiota e qual é a sua função no nosso organismo.
As bactérias são a mais antiga forma de vida conhecida. Estes microrganismos vivem em quase todas as superfícies da terra e desempenham um papel fundamental no desenvolvimento dos ecossistemas. São responsáveis pela produção de substâncias, pela decomposição de resíduos e pela transformação de matéria. Em suma, a vida não seria possível sem a sua existência. Além de habitarem a terra, o mar e o ar, também habitam o nosso corpo, que está repleto destes microrganismos vivos que nos tornam únicos e são fundamentais para a nossa saúde.
Geralmente, estabelecemos uma relação de simbiose com elas, na qual ambos ganhamos, nós proporcionamos-lhes um ambiente onde podem viver e, em troca, elas fornecem-nos funções vitais para que o nosso organismo funcione corretamente. Contudo, o seu crescimento excessivo ou a sua ausência pode, por vezes, causar doenças.
A grande maioria da microbiota habita o nosso intestino. Também conhecida como flora intestinal, é composta por milhares de milhões de microrganismos vivos, tais como bactérias, fungos ou leveduras. Para que a nossa flora intestinal funcione corretamente, é necessário que haja mais bactérias benéficas do que bactérias nocivas. Mas, por vezes, este equilíbrio é afetado e o nosso intestino entra num estado de disbiose, o que leva ao aparecimento de doenças como a diarreia, a obstipação e as infeções, entre outras.
Como se forma a flora intestinal?
A microbiota intestinal é única de cada pessoa e depende de uma série de fatores que variam em função do seguinte:
• O tipo de parto influencia diretamente o seu desenvolvimento. Se o parto for vaginal, o bebé fica coberto com as bactérias da mãe no momento do nascimento e começa a formar a sua flora intestinal. No caso dos bebés nascidos por cesariana, o intestino será colonizado, mas não será tão diversificado.2
• O tipo de alimentação, o leite materno ou o leite de fórmula, no caso de bebés, e a alimentação que comemos ao longo da nossa vida.
• A toma de antibióticos, especialmente na infância, afeta o equilíbrio das bactérias e aumenta a probabilidade de surgirem doenças.
• Os fatores externos são cruciais para o equilíbrio ou desequilíbrio da flora intestinal, como, por exemplo, o stress.
A microbiota, se estiver em equilíbrio, desempenha funções indispensáveis para o bom funcionamento do nosso organismo. As suas funções mais importantes incluem:
Estudos indicam que 70 a 80% do sistema imunitário depende da microbiota. Estes microrganismos formam uma barreira que nos protege da invasão de agentes patogénicos e nos impede de adoecer. Se tivermos uma flora intestinal equilibrada, os invasores terão de lutar com as nossas bactérias para colonizar o nosso organismo.
Para realizar o processo digestivo, o nosso organismo utiliza proteínas chamadas enzimas. Estas decompõem os alimentos em moléculas mais simples para serem absorvidos e utilizados ao máximo pelo organismo. Mas não conseguimos digerir tudo, no caso das fibras, são as bactérias da microbiota que aproveitam os seus nutrientes. Favorecem a síntese de compostos como a vitamina B, facilitam a absorção de cálcio e ferro no cólon e favorecem a digestão de alimentos.
Existe uma relação estreita entre a microbiota e o cérebro. O intestino é chamado "segundo cérebro" porque funciona como um órgão independente e tem autonomia para tomar decisões. Além disso, a sua saúde pode afetar diretamente o nosso sistema nervoso. Quantas vezes é que os seus nervos já pregaram partidas à sua saúde digestiva?
Isto acontece porque no intestino há mais de 100 milhões de neurónios em contínua troca de informação com o cérebro. Além disso, o intestino liberta os mesmos neurotransmissores, hormonas e moléculas químicas, como a serotonina, que controlam as nossas emoções. Por conseguinte, é importante ter cuidado com o que comemos e manter a nossa microbiota saudável.
Uma microbiota intestinal equilibrada é importante para nos mantermos saudáveis e prevenir o aparecimento de doenças. Para tal, é importante seguir bons hábitos alimentares e ter uma rotina de exercício e descanso adequada. Contudo, por vezes é inevitável que se altere devido a processos infecciosos, à toma de antibióticos, a situações de diarreia ou ao stress, entre outras causas.
Para evitar estas situações de desequilíbrio intestinal e para manter o nosso intestino saudável, podemos introduzir probióticos e prebióticos na nossa alimentação.
Os probióticos são bactérias benéficas que vivem naturalmente em diferentes alimentos fermentados, como o iogurte, kefir ou pickles, embora existam também diferentes suplementos alimentares (vendidos em farmácias) que são adicionados à nossa flora intestinal para manter o seu equilíbrio e melhorá-la. Para que proporcionem os benefícios adequados, é necessário conhecer a estirpe e consumir a quantidade certa. Bivos é um suplemento alimentar com a estirpe bacteriana LGG, a qual possui o maior número de estudos clínicos realizados, e ajuda no tratamento da gastroenterite aguda em crianças.₆
Os prebióticos são um tipo de componente alimentar que o nosso corpo não é capaz de digerir, mas que promove o crescimento dessas bactérias benéficas, uma vez que serve de alimento para os microrganismos que vivem no nosso intestino. Encontram-se em frutas e verduras, como hortaliças de folhas verdes, alho, cebola, alcachofra, banana, soja, grãos integrais e nozes, entre outros alimentos.
Gómez-Eguílaz M, Ramón-Trapero JL, Pérez-Martínez L, Blanco JR. El eje microbiota-intestino-cerebro y sus grandes proyecciones. Rev Neurol 2019;68 (03):111-117doi: 10.33588/rn.6803.2018223
BIV-4/2023-2
A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é uma das alergias alimentares mais comuns em crianças com menos de 2 anos de idade. Afeta...
O mês de setembro representa para muitas crianças o início de mais um ano letivo. O regresso à creche é um período de adaptação a novas rotinas e...
Os gases nos bebés são uma preocupação comum para muitos pais, especialmente durante os primeiros meses de vida. Os gases podem causar desconforto e...